Porto dos Casais

Porto Alegre | RS | Brasil

Área

70.000m²

Ano

1996

Autoria

Arq. Claudia Cabeda Hagel, Arq. Marcos Hekman, Arq. Milton Ferreira de Campos e Arq. Carlos A.M. Morganti
Fotografia

PORTO DOS CASAIS

O concurso público propôs aos participantes um desafio: apresentar uma proposta de revitalização do Cais Mauá que proporcionasse a integração deste espaço urbano com o restante da cidade, e em especial com sua área central.
Esta proposta, constituída basicamente por um Pré-Plano Diretor Urbanístico, deveria contemplar os condicionantes e apresentar ideias que em conjunto viabilizassem economicamente a implantação de um projeto para o PORTO DOS CASAIS.
O Pré-Plano apresentado buscou responder a este desafio, articulando ideias que atendendo aos pressupostos básicos, de caráter histórico e de preservação do patrimônio, interliguem os importantes sítios arquitetônicos do centro da cidade visando assegurar a identificação de um conjunto integrado.
A área de intervenção direta definida pelo concurso, constitui-se na sua maior parte em uma extensa área linear, desenhada inicialmente pelas obras do cais propriamente dito, e que foi crescendo através dos anos para dentro da área urbana em faixas paralelas.
A linearidade consolidou-se pela beira do cais, armazéns, retroporto, e Av. Mauá com suas edificações pelo alinhamento predial e finalmente pela construção do MURO.
O respeito à estrutura arquitetônica existente, como um dos princípios básicos de nossa proposta, levou-nos a manter o desenho linear do cais intacto, assegurando a compatibilidade das funções originais do Porto, oriundos da relação cais/armazém/retroporto.
PÓRTICO CENTRAL com sua estrutura metálica de origem francesa inaugurado em 1923, juntamente com os Armazéns A e B conferia na época um aspecto de monumentalidade, enfatizando sua importância de principal entrada da cidade por via fluvial. Os outros Armazéns também de interesse paisagístico, compõem no conjunto
uma imagem de Porto Alegre testemunhando a memória de cidade portuária. O tombamento por parte do Patrimônio Histórico preservou a sua existência com as características iniciais.
A intervenção realizada respeitou “as leis pétreas”, e procurou valorizar ao máximo o conjunto sem realizar intervenções profundas na sua estrutura física, preservando-o arquitetonicamente e realçando suas características peculiares.
Para a integração da cidade com o rio seria necessário a restauração do acesso fácil
de pedestres e veículos e para tanto dois obstáculos precisariam ser superados, MURO
e cruzamento da Mauá, para este reencontro da cidade.
Para o Muro, depois de uma pesquisa intensa e considerando o histórico das inundações e todas outras variáveis referentes a bacia do rio Guaíba concluímos que a possibilidade de ocorrência de novas cheias é uma situação concreta.
Das pesquisas realizadas constatamos, que nos últimos 123 anos (ref.1996) um número elevado das cheias nunca ultrapassou a cota de 3,60m e que somente uma, a de 1941, atingiu a cota 4,75, estes números são referentes ao Zero do Porto. O cais atual está na cota 3,00m. Assim estaríamos protegidos de um grande percentual das enchentes sobrevindas até hoje. Módulos metálicos removíveis de 1,00m complementariam a altura do muro para 2,00m para ocasiões excepcionais.
Para completar a reaproximação da cidade com o rio Guaíba, propomos a integração por meio de 04 eixos:
LARGO DO MERCADO, com passarela sobre a Av. Mauá, cruzando a estação até o Porto.
PRAÇA DA ALFANDEGA, pela Av. Sepúlveda até o Portão Central, uma passagem de nível, com o rebaixo da Av. Mauá naquele trecho.
IGREJA DAS DORES, pela Av. Padre Tomé, com passagem subterrânea na Av. Mauá.
PRAÇA BRIGADEIRO SAMPAIO, reurbanizada com uma passarela sobre a Av. Presidente Goulart até o Largo da Usina, onde em um projeto de urbanização estarão reservadas áreas para a edificação da OSPA e para um hotel.

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